domingo, 25 de julho de 2010

Sobre trabalho e sobre emoções

Como comentei no último post, o cliente deveria me avaliar. Após mais um momento squeeze, que compartilhei com meus adorados leitores... fui aceita! Ufa! Ui! Tenho alocação!

Bom, isso me leva à primeira parte do post, que pretende, como têm sido os últimos aliás, meio uma coisa de fluxo de consciência, sem muita organização. Sorry for that, people. Tenho escrito como tenho sentido as coisas por cá. Caóticas, confusas... mas de saldo sempre positivo.

Eu e alguns dos brazucas que aportaram por cá já vamos bater a marca dos 2 meses. Parabéns pra nós! Em meio a isso, gostaria de dizer (talvez até me repetir) que:
- Emprego é difícil em geral. Não se iludam. Se acham que o dinheiro que têm vai dar pra 4 meses, como foi o meu caso, não se surpreendam de ver que na verdade ele mal dava pra três. Então... tragam o máximo que der! Essa é uma das regras mais importantes, pois o que você vai fazer aqui sem dinheiro? A quem vai pedir? É questão absolutamente sensível. E nesse ponto graças a deus que acabei de conseguir meu empreguinho. Que me custou SEIS semanas incansáveis de muitas entrevistas, a maioria difícil, todas em outra língua e em algumas só podiam ser em francês. Assim sendo... pode parecer que o emprego veio "rápido", mas pra quem está vivendo o momento, fazendo entrevistas cansativas e não recebendo nem não nem sim é muito desesperador, desanimador... e a gente não tem a certeza de que no fim vem o emprego. É muito desgastante. Eu ainda não recuperei meu peso!! E incerto, pessoal. Há pessoas que chegaram na mesma época, também estão há mais de um mês buscando e nada! Seja na mesma área seja em outra. O fato é que o fator sorte ou chamem do que quiser também atua e isso não é controlável.
- Amigos do meu coração... que falta que fazem! A vida nesse começo é intensa, tantas novidades boas e ruins, ansiedades, saudade e falta dos abraços, dos olhares compreensivos que não precisam de palavras. Dos cafés com papos loucos com minhas amigas... os passeios nas livrarias no fim do expediente, as andanças pelo shopping sem comprar nada, as corridas no aterro... o meu emocional ainda está se ajustando! Vai levar um bom tempo para a felicidade aqui ser plena, desprendida do que eu tinha no Brasil e que me faz muita falta...
- ...E a alegria de conhecer algumas pessoas que já posso chamar de amigas. Afinal, compartilhar as durezas _ e as alegrias!_ da nova vida nos aproxima num nível visceral. Isso é bom demais. Se algo me acontece eu posso pegar o celular! Eu posso fazer contato, seja em inglês, em francês ou em português, eu posso ter um colo, uma confiança, um porto. Essa é sem dúvida a maior riqueza aqui da nova vida.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mais sobre o job

Ontem, meu primeiro dia, foi na verdade uma jornada de acolhimento dos pobrezinhos que chegam, desamparados à empresa! E como tal, eles devem conhecer todos os procedimentos internos. Fomos apresentados a pessoas, metodologias e processos. Gente imigrante e gente nativa palestrando e escutando. Gente de todas as idades, cores e sexos. Isso é realmente bom. Isso realmente mostra que são reais algumas das coisas que vim buscar aqui.
Foi impressionante ver que no primeiro dia a gente é ensinado a como preencher toda a papelada, orientado sobre os mais diversos temas, inclusive coisas como clube social, academia, etc. A companhia incentiva demais estudo e saúde, então temos várias vantagens do genero. Ainda nem consigo pensar nisso me "aclimatando" com o francês e com a formalidade do trabalho, mas assim que eu puder aproveitar vai ser legal! Especialmente a parte de grupos de corrida, academia, passeios, coisas culturais...
No fim do dia, saímos de lá direto pra tirar a foto e fazer o crachá. Isso mesmo! Na horita! Muito bom e organizado, já tenho um crachá, no mesmo dia!, com uma foto linda, sorrindinha, pra me identificar no job e abrir as portas do universo!!
Hoje, primeiro dia de trabalho de verdade, rolou mais uma entrevista técnica, dessa vez no cliente onde devo ser alocada. Como sempre, saí de lá arrasada e me achando uma caquinha que só dá respostas estúpidas. Enfim, como aqui isso nem sempre quer dizer que a gente foi fritado... vou esperar pra ver se realmente fico alocada nesse cliente. Vai que gostaram de mim, né? O perfil eu sei que tenho, mas ultimamente até no inglês acho que estou me estragando. Talvez não seja a língua, mas o jeito de falar. Aqui a gente precisa se expressar de outra maneira, mesmo se fosse em português. Enfim, difícil de explicar...
Ao longo do dia, fiquei na base, na sede. Nossa torre é linda, cheia da infra-estrutura e meu chefe pessoalmente fez o tour comigo. Incrível como ele é amável, solícito e mesmo brincalhão. Lembra que ele também me arrasou numa entrevista? Pois é, nunca é nada pessoal. E ele é imigrante, também, o que facilita em vários aspectos. E como é francês com um inglês bem pobre... não tenho outra alternativa senão treinar o francês!
O fato é que foi um dia puxado com mais muita informação, pois tenho que inputar e outputar (só computeiro escreve assim, né?) dados na intranet feito louca e a semana será toda assim, com e-cursos, me preparando pra dentrar no cliente zero bala!
Pra me aliviar o estresse um pouco... vou peruar no dia que só acaba quando é muito, muito noite!
:)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

I've got a job!

Salut tout le monde,

Acabo de voltar do meu primeiro dia de trabalho! Isso mesmo! Première journée em uma empresa bacana de TI. Eu já tinha o resultado há um tempo, mas hoje é que comecei de fato na companhia.

Na verdade, não trabalharei na base, que é a uma walking distance de chez moi, mas no cliente. Vou ter que pegar busão... lástima! No inverno deve ser punk! Mas o trabalho é o que sei fazer, a empresa é ótima e o cliente mais ainda.

Vou ter o prazer de trabalhar numa empresa ISO 9001 "da vero", CMMI 5, adepta de PMBOK, ITIL e outros modelos e boas práticas. Acho que a coisa REALMENTE funciona, pois a forma como a empresa é estruturada, a maneira como somos recebidos e o volume e nome dos clientes dela não poderia ser melhor representante de sua solidez.

Outra satisfação será ter como chefe o cara que me "massacrou" na entrevista técnica. Ele estava lá, todo cordial, interagindo com seus novíssimos subordinados. Com o tempo a gente internaliza que não é nada pessoal. Eles fazem squeeze de Petula só pra obter toda a informação possível sobre minha competência! rsrssr. Estejam preparados pra essas sabatinas e sorriam depois.
:)

O fato é que hoje estou aqui fazendo meu dever de casa na intranet da empresa, que amanhã, passada a linda jornada de integração de hoje, é trabalho de verdade, botando pra quebrar no java dev!!

domingo, 11 de julho de 2010

Estudar é preciso

Depois de um pouco mais de um mês aqui a gente pode perceber até que ponto é ou não fluente, domina e conhece ou não um idioma. Pode avaliar bem seus pontos fracos e, infelizmente, percebe que sozinha dá pra evoluir pouco.
Assim, estou estudando em casa, mas já me preparando para as provas do curso da universidade. Quando percebi que simplesmente há assuntos sobre os quais não sou capaz de discorrer com a complexidade necessária, mesmo em inglês, vi o sinal amarelo e here i go again to school. Em francês E em inglês.
Claro, depende muito dos objetivos de cada um. Eu quero DOMINAR ambos os idiomas, quero que sejam ambos minhas segundas línguas. Sozinha, na interação convencional do dia-a-dia, minha percepção é de que isso só acontece até certo nível. Pra pular de um intermediário ou avançado pra um FLUENTE a coisa muda muito de figura e a curva de aprendizado não é uma reta ascendente, mas uma parabolazinha bem achatada! Então, somente o estudo intensivo, universitário, formal e exaustivo é que faz a coisa acontecer.
A partir de agora... trabalhar E estudar, exatamente como era no início da minha carreira, voltando ao ano de 1999...

sábado, 10 de julho de 2010

Jardin Botanique et les Japonais

Hoje foi dia de peruar bastante, já que o calor amenizou, mas o sol ainda se fazia presente. Uma das dicas do dia, infelizmente não foi de graça, foi ir ao Jardim Botânico, no parque Maisonneuve, ver um dia do festival artístico da cena oriental. Acaba amanhã, infelizmente.



Curti demais a apresentação de Taikos variados (não sei dos nomes exatos e as fotos mostram que eu estava sentadinha na linha de altura das crianças, então tem fitas verdes cortando artistas) e foi muito, muito impressionante. Principalmente porque é mais do que som, é performance. Eles dançam, entoam algumas palavras de encorajamento, às vezes cantam. É muito físico, muito enérgico. Amei. Dica da Mariam!!!

Um pouco do jardim e dos artistas:


Artistas parte 1


Artistas parte 2

Jardim Chinês

Jardim Japonês

Depois foi hora de dar um passeio no parque Mont Royal. Foi bacanérrimo e voltamos pela saída que tem as escadarias (sorry, no photo) que dá na Peel... no "celeiro" da McGill. Ai, ai! Sonho bom.

O tchauzinho da galera fecha o post:

Livros, livraria, cafés

Ok, tenho que confessar que essa parte aqui em Montreal está me decepcionando um pouco. Ou então... apesar de ter andado muito pela cidade, não andei pelos lugares certos.
O fato é que a coisa de cafés com aura francesa... ainda não achei. Sinto falta da atmosfera adorável dos inúmeros cafés do Rio. São de altíssima qualidade e ainda por cima serviam café forte, saboroso. Já descobri alguns cafés legais aqui, mas confesso que não são inúmeros, pululantes, achei que em cada esquina teria lindos cafés, nos mais variados bairros... não é verdade. O que mais se vê são essas coisas como Starbucks e Second Cups, altamente comerciais e sem o espírito que procuro.
Livrarias-café, outra coisa gostosa demais do Rio, também não vi muitas aqui. Aliás, as livrarias eu tenho achado um tanto ruins. Tem muita coisa pra ler, mas me sinto nos EUA enão no Canadá. Disseram-me que no Canadá, especificamente em Montreal, o povo lê muito. E lê! No metrô, quem não tem jornal tem livro nas mãos e está lendo! O problema é que não tenho curtido o repertório que encontro aqui. Best-sellers, auto-ajuda. Pouca coisa de Humanas realmente boa, pouca literatura clássica. Mas, talvez como nos cafés, eu não esteja andando pelos lugares certos.
Por fim, os livros. Eu considero importante ter ao menos a opção de comprar livros com acabamento mais refinado, especialmente se for montar uma biblioteca. Porque os livros do tipo pocket (nesses mesmos materiais eles fazem versões grandes) estragam rápido, as páginas viram lixo em poucos anos. É feito pra quem vai descartar o livro depois de ler e emprestar, não são duradouros. E vou te falar: pagar 20 doletas num livro nesse tipo... pow, um pocket no brasil era na casa dos 12 ou menos. Aliás, várias coleções inglesas do tipo "collectors library" eu simplesmente não tenho encontrado. E quando encontro... carésimo!
Estou começando a achar que fiz um mal negócio vendendo os livrinhos... eu tinha edições incríveis. Acho que vou ter que viajar pro Brasil e pra Inglaterra, França, abandonar lá todas as roupas que levar e voltar pra cá com quilos de livros! Saudade da "Cultura" em Sampa e da "Travessa" no Rio...
Bom, como nesse assunto eu sou muito crítica, talvez não esteja sendo muito justa com Montreal. Eu ainda a adoro e estou feliz de estar aqui. Mas até que eu ache novos lugares e livros vou realmente ficar com essa decepção no meu coração.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Chaleurrrr!!

Ninguém merece deixar o Rio pra sentir aqui no Canadá aquele "climinha bão"de 4o graus. Mas é verdade! Com a diferença de que aqui geralmente não chega a 40 graus. Dificilmente passa de 35. Porém a sensação térmica é muito pior. Então quando temos 28 aqui nesse verão úmido parece uns 33. Quando passa de 30 é como queimar sob 40 graus férvidos!!!
Vejam hoje, que "delícia":


Está difícil fazer as coisas e, se na rua é ruim, em casa é pior. Essas construções daqui são feitas pra reter o calor por conta do inverno. Então, no verão, elas são uma super-coisa-quente!
Pra piorar, a excelente promoção de ventiladores do Wall-Mart já era: o povo comprou tudo em 2 dias. TUDO! Nem um daqueles do tamanho de uma luminária de escrivaninha sobrou... tadinhos dos meus gatinhos!